16 fev
No dia 8 de fevereiro, a Faculdade UnB Planaltina e a Escola Parque da Natureza de Brazlândia, realizaram o sexto encontro entre professores, técnicos e discentes na sede da Escola situada no setor de chácaras de Brazlândia.
O clima amistoso marcou o encontro entre os membros, que, ao longo do ano, estarão estreitando vínculos por meio de projetos de extensão, seminários e palestras em ambos os espaços.
Participaram do encontro: Marcelo Bizerril, diretor da Faculdade UnB Planaltina; os docentes Paulo Brito (FUP); Rodrigo Santucci (FUP); Dulce Rocha (FUP); Irineu Tamaio (FUP); Rafael Villas Bôas (FUP); Djiby Mane (FUP); Juliana Rochet (FUP); Ivonaldo Vieira (vice-coordenador do colegiado de extensão da FUP); Ingrid Eluar (estagiária do colegiado de extensão); Patrícia Pederiva (FE/UnB); Saulo Pequeno (Doutorando PPGEDUC/UnB); Cláudia Fernandes (diretora da EPNB); Claudiane Guerra (vice-diretora da EPNB); Simone Rosa (supervisora pedagógica da EPNB); José Geraldo (supervisor pedagógico da EPNB); José Wilson (professor de esporte da EPNB); Orlando Pereira (professor de arqueologia da EPNB).
Inaugurada em setembro de 2014, a Escola Parque da Natureza de Brazlândia atende estudantes da rede pública matriculados no 1° e 4° ano, com idade de 6 e 14 anos, respectivamente. A capacidade de atendimento atual é de 1653 estudantes provenientes de oito escolas da região: Centro de Ensino Fundamental 03 (CEF 03); Escola 03 (EC 03); Escola 01 (EC 01); Escola INCRA 06; Escola Pólo Agrícola da Torre; Escola Bucanhão; Escola Chapadinha; Escola INCRA 07.
A Escola atua com quatro eixos temáticos: arte, educação ambiental, educação patrimonial e educação física, e visa desenvolver práticas sustentáveis priorizando a história e as características da região. O local de funcionamento da Escola ainda não pertence ao GDF. Segundo Cláudia Fernandes, diretora da instituição, o imóvel permanece alugado. ‘’ Esse ano parece que estamos caminhando bem mais próximo da resolução, muito provavelmente nós vamos conseguir a permuta. O dono daqui tem interesse em fazer essa permuta’’, afirmou.
No local funcionam 10 estações educativas que são espaços de trabalho nos quais os estudantes têm a oportunidade de vivenciar atividades musicais, esportivas e artísticas. ‘’Cada sala a gente chama de estação educativa para quebrar o paradigma de sala de aula; para desconstruir esse conceito, porque aqui a gente acredita no conceito de amplitude, e também tem o propósito da gente se adequar ao ambiente, de fazer menos interferência nesse espaço por questão de conservação da memória desse lugar’’, enfatizou Cláudia.
A Escola se destaca pelo diferencial presente no projeto político pedagógico e na estrutura física; que nada remetem ao contexto das escolas convencionais do DF. Para Saulo Pequeno, doutorando do Programa de Pós-graduação em Educação da UnB, há uma inversão dos fundamentos pedagógicos na Escola Parque da Natureza de Brazlândia em relação às escolas convencionais; o que pode ser considerado uma vantagem em termos de qualidade de ensino. ‘’Na escola convencional os fundamentos pedagógicos são voltados para um procedimento que tem seu formato já definido; que é exercitar a mente dos alunos através dos livros, e através da relação com os conhecimentos do professor. Desta forma, as práticas corporais, a relação imediata e tensa com o mundo, com a natureza, com as artes, ficam um pouco subordinadas ao exercício exclusivo do raciocínio. Aqui (Escola), a gente pode ver uma inversão desses fundamentos, de maneira que é privilegiado o corpo em movimento, a relação direta e imediata com a natureza, e a natureza como um elemento ativo de todos os processos de raciocínio. Então, existe uma liberdade para o corpo e a relação com o mundo de fomentarem a unidade de raciocínio; e isso é uma coisa que as escolas convencionais ainda não estão preparadas para lidar’’, ressaltou Saulo.
Para Rafael Villas Bôas, coordenador do colegiado de extensão da FUP, Brazlândia e Planaltina possuem semelhanças que possibilitam a criação de uma Escola Parque em Planaltina voltada para uma educação ambiental e patrimonial. ‘’Brazlândia e Planaltina têm muitas semelhanças enquanto cidades: são as duas cidades mais antigas do Distrito Federal, são anteriores à Brasília, ao projeto moderno, uma história que começa a ser contada dos anos 60 pra cá. Lá em Planaltina temos um sítio histórico, um museu, e tem o ecomuseu que o Irineu está à frente dessa construção. Temos um patrimônio histórico e um patrimônio ambiental que está às margens do centro do DF; e vivendo as consequências dessa crise hídrica’’, concluiu.
PROJETOS DE EXTENSÃO
O corpo docente da FUP levou propostas de projetos de extensão para serem implementadas ao longo do ano em conjunto com a Escola Parque da Natureza de Brazlândia. Tal iniciativa encontra-se de acordo com o Projeto Cidade Escola Candanga, da Secretaria de Estado de Educação (SEEDF), que contempla a EPNB.
A educação integral praticada na EPNB tem como base os ideais de Anísio Teixeira, e esse modelo de ensino formulado inicialmente para atender o Plano Piloto, hoje contempla duas regiões administrativas do DF: Ceilândia e Brazlândia.
O professor Paulo Brito (FUP/UnB), coordenador do Projeto Escola nas Estrelas, propôs atividades com o planetário móvel, principal atração dentro do projeto. ‘’ Como a gente tem um planetário móvel, a proposta é trazer o Planetário, fazer uma atividade com as crianças e com os jovens, fazendo oficinas de aprendizagem. O telescópio que seria uma atividade noturna aconteceria na frente da escola que é um local mais amplo e que poderia envolver a comunidade’’, sugeriu.
Outras propostas também surgiram como uma parceria entre o Ecomuseu da Pedra Fundamental, em Planaltina, coordenado pelo professor Irineu Tamaio (FUP/UnB). Esta atividade visa conservar as características ambientais e culturais da região, tornando a história do patrimônio material e imaterial acessíveis para a população.
Finalizando os debates, o vice-coordenador do colegiado de extensão da FUP, Ivonaldo Vieira, relatou a importância da parceria entra as instituições. ‘’Fiquei muito surpreso porque é a primeira vez que entro em uma Escola Parque com esse formato, e com esse acolhimento que aconteceu conosco. O professor Rafael propôs uma ideia muito tentadora dos projetos da FUP subsidiarem uma série de atividades na Escola, e trazer os estudantes de licenciatura para ter essa experiência e desenvolver atividades com os estudantes daqui. Eu até diria que deveria ter muito mais escolas com este formato, saí um pouco desse padrão que tem hoje em muitas escolas do DF e por todo país. Eu acho que a Escola Parque pode ser um marco, só a gente continuar mantendo o cronograma de atividades e parcerias, e batalhar cada vez mais pela consolidação dela e replicando mais escolas por meio de parcerias’’, concluiu.
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