17 abr

A Faculdade UnB Planaltina recebeu, na manhã desta terça-feira (17), palestrantes, docentes e estudantes em torno do I Seminário Nacional: Questão Agrária, Soberania e Meio Ambiente. A programação se estenderá até quinta-feira (19) nos campi UnB Planaltina e Darcy Ribeiro, com mesas-redondas voltadas para a questão agrária na atual conjuntura política do país.

A abertura do evento aconteceu no campus Darcy Ribeiro na última segunda-feira (16), com a Conferência Projeto para o Brasil, proferida por João Pedro Stédile, integrante da direção nacional do Movimento dos Trabalhadores Rurais Sem Terra (MST).

A mesa redonda Questão Agrária, Terra e Reforma Agrária Popular, aconteceu no Auditório Augusto Boal, da Unidade Acadêmica (UAC), e contou com a participação dos representantes da Associação Brasileira da Reforma Agrária (ABRA), Cleia Anice Porto e Guilherme Delgado, e mediação de Luiz Antônio Pasquetti (FUP/UnB).

Os palestrantes debateram sobre os principais pilares da reforma agrária no cenário político atual: a soberania alimentar e territorial.

Guilherme Delgado, relembrou conflitos agrários como a Guerra de Canudos (1896-1897) e a Guerra do Contestado (1912-1916), e o sistema de Sesmarias, que, segundo ele, ‘’eram concessões’’ desprovidas de função social da terra, questão que só apareceria em 1850 por meio da Lei de Terras (Lei nº 601, de 18 de setembro de 1850).

Cleia Anice abordou o massacre de Eldorado do Carajás, em 1996, no sudeste do Pará, onde foram executados 21 trabalhadores rurais sem-terra. Para ela, o massacre se tornou um marco na história da luta pela terra e reforma agrária do Brasil, que permitiu suscitar as seguintes questões: ‘’É possível pensar alternativas ao modelo atual? A reforma agrária ainda é necessária? Como nós, a partir de pesquisas sobre a questão agrária, podemos ter uma prática transformadora?’’, refletiu a palestrante.

Temas como agroecologia, o direito à alimentação, a relação de trabalho escravo, criminalização dos movimentos sociais e superexploração dos recursos naturais, também foram discutidos pela convidada. ‘’A agroecologia é uma alternativa para conquistar a soberania popular e tem que ser vista como estratégia para a reforma agrária’’, concluiu.

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